1. |
Remorso
08:20
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Transmutando na escuridão
Vago entre apenas fragmentos de lembranças.
O relógio continua seguindo o seu curso,
Totalmente indiferente à nossa dor.
Testemunho o anoitecer se manifestar,
Continuo perdendo a clareza do espaço.
Paradoxos dominam o mundo,
Vejo marionetes dançando no caos.
Esperança extinta, uma ironia visível,
Um enigma sem solução.
Caminhando por onde a memória vagueia,
Vejo um quadro branco e inacabado.
Vidas esquecidas, almas abandonadas.
Os rostos mudam, as histórias se repetem.
As palavras, uma vez cheias de significado,
são uma mentira que contamos a nós mesmos.
Que som é mais apropriado do que o silêncio?
Apenas o esquecimento é a certeza definida.
Dentre paisagens distorcidas,
Expresso meu descontentamento.
Pensamentos lúcidos podem estar em algum lugar,
Apenas há ecos nas paredes gélidas e cinzentas.
Deslizando em direção ao invisível,
Minha visão se perde em neblina.
Nada mais do que tentativas desesperadas
Contra o silêncio cósmico do universo.
Uma interpretação distorcida da realidade,
Um aglomerado de palavras vazias.
Além do limiar da consciência desperta,
Esboço um novo caminho no espaço-tempo.
Apenas na inquietude e na incerteza,
O vento tenebroso agita todas as cinzas.
Onde cada dia é um eco do passado,
Nos tornamos sombras na eternidade do cosmos.
Na fantasia de um sonho efêmero,
Os dias pretéritos se dissipam.
Com olhos cobertos pela bruma,
Continuo andando em culpa.
Sigo caminhando na neblina.
Um rancor imutável continua a crescer.
Sem vislumbrar um término da minha jornada,
A carga interna continua a me consumir.
Como cinzas soltas no vento, dispersadas,
Uma fachada disfarça o sentido.
Lutando para emergir do abismo,
Num decenso infindo, a gravidade me puxa.
Os dias continuam a se arrastar.
O ritmo monótono e entediante me contagia.
Em uma tentativa perdida e desesperada,
De encontrar a beleza no caos.
A escuridão, mais familiar do que qualquer luz,
Uma infinita extensão imperturbável.
Um temor dissonante e malformado,
Meus instintos de sobrevivência se despedaçam.
Sem sono por noites intermináveis,
O conforto é apenas para os mortos.
Em pensamentos fragmentados,
A consciência se torna tragédia em sua essência.
O tempo, uma ferida eternamente exposta,
Que leva consigo qualquer esperança de redenção.
Na inércia da mera existência,
Fragmentos distorcidos se entrelaçam sem escolha,
Transcendendo a uma realidade fictícia.
Para assim eu encontrar um pouco de paz,
A resposta é um grito no vazio, um sussurro no escuro.
Na interrogação persistente, a resposta se dilui.
E assim, amaldiçoados neste labirinto,
Nossa loucura é a essência da vida deles.
Nesta fortaleza de fantasias insanas,
Sendo totalmente consumido pela terra,
Totalmente à margem da sanidade,
Observo o que foi deste percurso.
Em algum canto da irrealidade,
Vagando eternamente na demência,
Os dias agora se fundem em um ciclo sem fim.
De fato, tornei-me um prisioneiro da própria consciência.
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2. |
Pesadelo Lúcido
09:26
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3. |
Murmúrios da metrópole
08:26
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Um eco silencioso, ressoando sem nome
A memória, outrora nítida, agora não passa de um esboço
A imensidão do nada acaba por engolir todo o significado
No vácuo do esquecimento, sinto-me totalmente perdido
Em cada suspiro, em cada momento
Entre os murmúrios do vento, um som de solidão
Cada fio de silêncio, um soluço do universo desconhecido
Revelo em linhas. A alma toda enclausurada
No espelho, o reflexo se torna estranho
E assim, se desconhecendo em seu próprio retrato
Os sonhos antigos parecem tão longe, inalcançáveis
Na mente, um farol em neblina se apaga
Por corredores escuros de lembranças vazias, caminho
O Amanhecer é uma promessa quebrada
Desejos são como pássaros livres, voam para longe
Nas profundezas do infinito, a escuridão tece seu canto
No contemplar da noite, as horas são estranhos fantasmas
Em campos vazios, a solidão cultiva suas sementes
Cada raiz, um eco de um grito não ouvido
O que são as lembranças, senão sonhos que envelheceram?
No jardim da existência, as flores da esperança murcham
Labirintos de sombras, a realidade perde seu caminho
Cada canto escuro, uma mentira, uma ilusão
O que é a sanidade, senão um efêmero castelo de areia?
Na praia do tempo, as ondas do esquecimento desgastam
A alma clama por significado, por um propósito
Mas as respostas se escondem nas sombras
E a escuridão envolve cada pensamento
Tornando-se uma névoa densa e sufocante
A realidade se distorce diante dos olhos
Como um espelho quebrado em mil pedaços
Percebendo que somos apenas observadores
Reflito em uma imagem distorcida e totalmente caótica
E na encruzilhada, o absurdo se entranha na alma
O amanhecer reabre o véu para o dia
Nas ruas, a realidade desperta em meio à pressa
Na alvorada da existência, o significado se desvanece
E a vida, nessa metrópole, é sempre uma confissão confessada
O ritmo do trânsito pulsa sem fim
As buzinas marcam o tempo do desespero
Na sinfonia do silêncio, o vazio se infiltra
E a cidade é um palco onde o ser delira
O murmúrio do metrô ecoa na distância
O vento carrega sussurros e confissões
Na imensidão do ser, a solidão é constante
As ruas vazias sussurram segredos
As horas se arrastam nas calçadas
A atmosfera do vazio se intensifica na multidão
A busca por um sentido se torna uma grande tormenta
A desolação eterna se torna nossa sina
As sombras se alongam, tocando todo o cerne do ser
As luzes cintilantes dançam uma valsa da ilusão
No palco do grande absurdo, a mente se desfaz
E o grito do desespero é a própria canção
Os semáforos piscam, um jogo de luzes sem ritmo
Na selva de concreto, a razão se perde
Os prédios se aglomeram, buscando o céu
E o silêncio do ser é um grito surdo
Na noite do pensamento, a sanidade adormece
E na metrópole do ser, um palco de insanidade
A cidade desperta, sonâmbula em sua rotina
No trem do pensamento, a lucidez se desprende
O canto dos prédios, um lamento abafado pelo tempo
A alvorada rompe a escuridão em um acorde final
Na ribalta da dor, encena o seu declínio
Por me encontrar na bolsa do absurdo, pago o preço da desilusão.
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4. |
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5. |
Doce fruto da tecnologia
05:06
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Em tempos de metal, luz e som,
Um mundo que já não é mais meu lar.
Olho para o céu e vejo uma nuvem de aço,
No lugar onde o Sol deveria brilhar.
E assim, o silêncio já não existe mais,
As máquinas gritam em um canto incessante.
A mão do homem, uma vez criadora,
Agora é escrava do desenfreado avanço.
Os rios fluem com veneno e desespero,
As florestas caem diante da ganância.
O progresso cego conduz à destruição,
Sob o manto da falsa esperança.
Os campos verdejantes tornaram-se cinzas,
A natureza sufocada pelo concreto e aço.
A vida selvagem se extingue em silêncio,
Vítima de nossa descarada audácia.
Engolimos a fruta doce da tecnologia,
Perdemos a essência, a simplicidade.
Enquanto escuto a terra chorar em agonia,
Trocamos a liberdade pela vazia euforia.
Observando uma paisagem toda destruída,
Pelo progresso que avança impiedosamente.
Em nome da ciência com promessas vazias,
Na vã esperança de alcançar o céu.
Eu grito para o vento, mas ninguém escuta,
Então busco consolo na canção do vento.
Minha voz se perde no vazio do progresso,
E na beleza selvagem que ainda resta.
Edifícios surgem onde flores sonhavam,
O brilho da tela segue ofuscando o luar.
Preso em selvas de concreto e aço,
Trocamos nossa essência pela tecnologia.
Seguindo os rastros do coração da sociedade,
A máquina segue pulsando sem parar.
Onde outrora o eco da vida ressoava,
Agora apenas resta um mórbido silêncio.
O rio da vida, agora, um grande fluxo de dados,
As vozes do passado são silenciadas.
Sonhando com o dia em que o homem acordará,
E verá a verdadeira face da civilização.
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6. |
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7. |
TEPT
01:07
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F1D31 Brazil
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